Identidade digital a partir da Biometria da íris, você já ouviu falar ? Pois é, essa tecnologia se trata de um projeto World da empresa Tools for Humanity que se instalou no Brasil ano passado para receber cadastro de pessoas que aceitam escanear a íris dos olhos em uma máquina para que confirme se é uma ser humano; que autentica a identidade de pessoas sem revelar a identidade, a cor, a etnia, a religião ou qualquer dado sensível. Saiba como vender a íris do olho, quanto pagam e onde se cadastrar.
O projeto World vem se destacando e ganhando adeptos devido ao seu modelo inovador de validação de identidade. Quem deseja participar do projeto se voluntaria, deixa escanear a sua íris, uma espécie biometria ocular no cadastro, e em troca recebe uma recompensa financeira. O processo é feito em um computador esférico e prateado -o Orb. A responsável legal pela operação é a empresa Tools for Humanity (TfH).
Os dados coletados no escaneamento ficam armazenados ?
O site da entidade indica que os dados biométricos não ficam armazenados na máquina, já que o seu propósito é apenas confirmar que se trata de uma pessoa se cadastrando. O computador gera um blockchain correspondente para o usuário, o World ID, que tem como atividade, autenticar a identidade de pessoas, usando uma tecnologia para mostrar que alguém é humano, sem revelar a identidade, a cor, a etnia, a religião ou qualquer dado sensível.
A empresa diz que não armazena os dados biométricos. A informação seria usada para criar um código binário, como se fosse um código de barras, o World ID. A identidade digital fica criptografada e dividida em três servidores de universidades espalhadas pelo mundo.
A escolha da íris é pela alta confiabilidade na identificação de uma pessoa. A empresa alega que a chance de falso positivo é de uma em 2 bilhões de tentativas. Para o rosto, a mesma taxa fica em uma a cada 16 milhões e, para digital, uma em 80 milhões.
Utilidade da biometria da íris para proteger jovens menores de idade
A identidade digital dessa natureza pode ser útil na indicação de idade de um usuário sem expor a identidade. Uma maneira de evitar que menores de 13 anos se cadastrem em redes sociais, em contrariedade com os termos de uso das plataformas. Já que sabemos que pessoas de qualquer idade podem ter redes sociais porque podem mentir sobre sua idade e demais informações pessoais.
A aceitação desse projeto e o que diz a Autoridade Nacional de Proteção de Dados
O processo de cadastro da rede World está sob processo de fiscalização da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) desde novembro 2024. A autoridade investiga se a tecnologia da empresa é segura para os brasileiros. O grupo reabriu seus postos de coleta no Brasil em novembro, mas já tinha passado pelo Brasil em 2023. Já somam mais de 10 milhões de humanos verificados pela World ID, e desses, 6,3 milhões estão na América do Sul.
Os dados biométricos são especialmente sensíveis por causa de sua natureza única e permanente. Por isso, não podem ser alterados como uma senha alfanumérica. Porém, a autoridade recomenda que o titular de dados entenda os riscos associados ao tratamento de dados biométricos e conheça seus direitos antes de se submeter a esse projeto. Mas a iniciativa de Altman coopera com a apuração e entregou os relatórios solicitados, atualmente sob análise do fiscalizador. Contudo, em outros países, como Espanha e Portugal, a empresa foi proibida de atuar porque não conseguiu provar que o processo é seguro para a privacidade dos cidadãos.
Por isso, a ANPD vem investigando o tratamento de dados biométricos de usuários do projeto World ID, que inclui, além da íris, informações do rosto e dos olhos. O legislador conferiu a eles regime de proteção mais rigoroso por conta dos riscos mais elevados que o tratamento desse tipo de dado pessoal pode oferecer. A agência exige cuidados a mais no tratamento de dados de menores de idade.
No Brasil, a rede World só cadastra maiores de 18 anos e solicita a apresentação de um documento com foto durante o registro. De acordo com a empresa, o processo está completamente adequado à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e à GDPR (lei de proteção de dados europeia), e afirma que pode haver uma compreensão por parte das autoridades das técnicas utilizadas para anonimizar as informações.
No Processo de Fiscalização, a Coordenação-Geral de Fiscalização solicitou à TFH que prestasse esclarecimentos quanto aos seguintes aspectos do tratamento de dados pessoais:
O contexto em que ocorrem as atividades de tratamento;
Os aspectos materiais das operações de tratamento;
A hipótese legal que fundamenta o tratamento de dados;
A transparência do tratamento de dados pessoais;
O exercício de direitos pelos titulares de dados pessoais;
A avaliação de eventuais consequências do tratamento de dados pessoais em relação aos direitos à privacidade e à proteção de dados dos titulares;
O tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes; e
As medidas de segurança da informação e de proteção de dados pessoais existentes.
Saiba como vender a íris do olho, quanto pagam e onde se cadastrar
Os interessados em cadastrar a íris para receber o pagamento precisam baixar o World App, na Play Store para usuários Android ou App Store Apple. A empresa recomenda o agendamento de horário antes da visita ao orb, pois assim evita filas. O usuário pode escolher um dos 40 pontos de registro disponíveis no Brasil. Todos os pontos ficam em São Paulo Capital.
No local, a pessoa irá encarar as duas câmeras localizadas no topo do Orb, permitindo que o aparelho fotografe os olhos e meça a temperatura. Então, a máquina processa os dados em uma inteligência artificial que pergunta: “É uma pessoa? Ela está viva?” Caso a resposta às duas questões seja sim, o robô começa o processo de criptografia para gerar o World ID, como é chamado o código de “comprovação de humanidade”. Depois os usuários recebem tokens WLD como recompensa.
Valor pago pela empresa para escanear a íris do olho
No momento, o valor pago em torno de R$ 300. Para receber, primeiro a pessoa se cadastra na rede World e recebe em troca 25 moedas chamadas Worldcoin, cada uma avaliada em R$ 13,14. O ativo segue o padrão da bitcoin e tem valor bastante volátil. Neste momento, o total pago durante o registro ultrapassa os R$ 300. Daí, por ser uma moeda volátil, no Brasil os valores pagos já chegaram em torno de R$ 740.
Para resgatar a criptomoeda e conseguir dinheiro corrente, é necessário ter conta em uma corretora de criptomoedas. O usuário precisa transferir os criptoativos para a corretora e depois sacar o dinheiro. Nessa parte, a pessoa precisa de atenção com os dados da transação para não perder os valores.
O dinheiro para manter o projeto é levantado em rodadas de investimento no mercado de capital risco. Na rodada mais recente da World, em maio de 2023, foram levantados US$ 115 milhões com Blockchain Capital, 16z (Andreessen Horowitz), Bain Capital Crypto e Distributed Global. CEO da OpenAI, a desenvolvedora do ChatGPT, Sam Altman é o investidor-anjo do projeto.
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